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Minimalismo: A vitória da simplicidade.

Hoje a gente veio falar de tendência. Pega um café e bora trocar uma ideia!

Com certeza você vem ouvindo falar de minimalismo por aí. Pelas redes sociais, nas rodas de conversa com amigos e até entre os colegas de trabalho, esse assunto vem ganhando cada vez mais destaque entre as pessoas, principalmente entre os millennials e a galera da geração z.

Acontece que a quantidade enorme de informações disponíveis o tempo todo na palma de nossas mãos, a disponibilidade praticamente infinita de tantos produtos e serviços que nós nem sabíamos que podiam existir, quem dirá que íamos precisar e desejar ter, junto ainda da era da internet que vem diminuindo cada vez mais a distância entre os lugares mais afastados do mundo; tudo isso acabou gerando um grande transbordamento de ideias, de conhecimentos e desejos que nos levou, como humanidade, a um exagero generalizado: consumimos demais, queremos demais e temos a impressão de precisar de muito mais coisas para viver do que realmente precisamos.

O fato é que nosso contexto histórico, econômico e social nos trouxe a um momento de reflexão sobre o que realmente necessitamos para alcançar a felicidade, enquanto sociedade e principalmente na esfera individual. Vivemos uma constante sensação de descontinuidade, de que temos muito mais perguntas do que respostas, de que as coisas têm pouco sentido e isso, é claro, nos incomoda e consequentemente nos movimenta em alguma direção.

Queremos ressignificar nosso consumo e nossa forma de lidar com as “necessidades” da vida, procurando diferenciá-las de desejos puramente consumistas. Estamos vivendo um movimento muito forte no sentido de separar nossas verdadeiras vontades daquilo que a influência da internet nos incita a querer, junto com as infinitas propagandas e das inúmeras personagens influenciadoras que admiramos e seguimos nas redes.

É muito importante que a gente se lembre da importância da pandemia e do isolamento social que enfrentamos nos últimos anos nesse processo todo. Vivemos uma espécie de choque coletivo e agora nos esforçamos para encontrar uma nova forma de viver que seja mais leve, contente, e admita a ausência do nosso controle sobre o fluxo dos acontecimentos como um todo.

Bom, então vamos pensar juntos!

Segundo o dicionário, o minimalismo consiste em reduzir ao mínimo o uso de elementos e recursos. Se trata de utilizar a menor quantidade possível de coisas – e aqui podemos falar de produtos, serviços, roupas, aplicativos, móveis etc. – em nossas atividades cotidianas e em nossas vidas de maneira geral, buscando uma simplificação que nos permitiria encontrar prazer, satisfação e felicidade nas poucas coisas de que precisamos. 

As primeiras abordagens do minimalismo acontecem na Arte, por volta de 1950. O movimento minimalista nos Estados Unidos nasce para se contrapor à arte ilusionista e metafórica que era muito comum na época.

Obra minimalista de Sol Lewitt.

Sempre buscando simplificar a construção das obras de arte e focar a experiência artística na percepção do observador, a arte minimalista geralmente concentra o máximo de elementos em uma imagem, reduzida em si mesma e mesmo assim cheia de significados. Através do uso de formas geométricas e variações quase imperceptíveis de cor, evita que surjam interpretações muito diferentes entre si ou abstratas demais.

Em suma, podemos dizer que o artista minimalista reduz a forma visível à sua mais simples expressão, prezando a percepção do espectador para construir sua obra e embutindo nela diversas associações de ideias e conceitos que mexem com sua subjetividade.

Partindo para o âmbito da estética, o minimalismo busca expressar a verdade e a beleza da forma mais pura e descomplicada possível, fugindo dos exageros e de excessos de elementos, cores e formas. Na literatura, o minimalismo evita analogias e metáforas, buscando proporcionar uma compreensão direta e quase sensorial de personagens, cenários e narrativas.

A decoração minimalista, que por sinal é muito apreciada hoje em dia, preza pelos detalhes e em geral aposta em cores sóbrias. O investimento é em poucos artigos, que concentram conceitos importantes e acabam expressando uma estética agradável aos nossos olhos, justamente pela simplicidade. Como se investe em elementos limitados para decorar o ambiente, cada artigo é carregado de ideias e sua posição precisa ser muito bem planejada para se integrar ao ambiente sem apresentar exageros e ainda assim expressar o conceito minimalista daquela peça.

Um estilo de vida que se propõe a ser minimalista não comporta compras por impulso, nem comer exageradamente por puro e simples prazer, muito menos qualquer tipo de consumo supérfluo. Pessoas que realmente apostam nesse jeito de viver costumam morar em locais pequenos, com poucos móveis, de decoração simples, e poucos utensílios como louças, roupas e a vestimenta da casa em geral, além de consumirem de forma consciente e evitarem grandes centros comerciais, os shoppings, os fast foods, os fast fashion etc.

O minimalismo pode ser um ótimo recurso, uma ideologia com fundamento e que faz todo o sentido para aqueles que desejam se livrar dos excessos que são muito presentes em nosso cotidiano, como comprar mais do que é preciso para comer, vestir e decorar; lotar a casa com coisas desconectadas entre si que muitas vezes acabam gerando uma poluição visual no ambiente, e por aí vai.

Mais pessoalmente ainda, podemos dizer que minimalismo seria recomendável para aqueles que não querem mais sentir que precisam de tantas coisas para serem felizes ou terem algum prazer genuíno na vida. A ideologia minimalista pode provocar as pessoas a se conectarem com o que realmente importa em uma busca sincera pelo que é essencial e significativo para elas. As práticas minimalistas podem nos ajudar a cultivar presença e assim lidar melhor os sintomas de ansiedade que são tão comuns entre tantas pessoas em nosso tempo.

Para equilibrar a nossa reflexão, é importante dizer que aqueles que aderem ao minimalismo não deixam de fazer parte da sociedade, nem fazem essa promessa. Reduzir o consumo não significa deixar de consumir, da mesma forma que comprar com calma e de maneira consciente não é o mesmo que boicotar os comércios nem comprar nada nunca mais. A mudança que o minimalismo propõe é individual, e nesse sentido a vertente vem sendo estudada muito mais como uma filosofia de vida do que como uma contracultura, como foi o movimento hippie na década de 1960, por exemplo.

Agora, vamos falar de design!

O design minimalista surgiu depois da década de 1980 com a missão de se opor ao design funcionalista, que prezava por unir diversos elementos diferentes de cores e formas no mesmo material para que ele fosse compreensível em si mesmo, dispensando qualquer tipo de conceito externo ou contextualização.

Aqui, o minimalismo trata da redução máxima dos elementos visuais de um projeto – seja para um produto, um evento ou uma marca. Perceba que o design minimalista exige muito planejamento na escolha dos componentes, para ser bem-sucedido em transmitir o que se quer e o que realmente importa.

Geralmente os projetos minimalistas são bem modernos e até trazem um aspecto futurista. Valorizando detalhes e engrandecendo pequenos aspectos que afirmam significados e conceitos importantes e até indispensáveis, um padrão visual é estabelecido, através de cores e formas sóbrias. De forma geral, o minimalismo pode ser aplicado em logotipos, materiais de comunicação e divulgação, em mídias sociais, sites e até no tom de voz de uma empresa.

Conforme adere ao minimalismo, o design se aproxima da simplicidade eliminando qualquer excesso que escape da expectativa das pessoas e se adapta aos inúmeros veículos comunicativos como a internet, as redes sociais e os diferentes pontos de venda em que uma marca pode se encaixar se estiver numa forma mínima.

Também sabemos que a forma minimalista de logotipos é praticamente sinônimo de alta estética e de requinte. Roupas de marca com aplicações do logotipo reduzido ao mínimo e cores e formas mais básicas são cada vez mais comuns em produtos de alto nível e vem atraindo mais e mais os olhos dos consumidores – e claro, das marcas que desejam crescer!

Quando olhamos para o branding minimalista, estamos diante de uma tendência que já começou a algum tempo. As marcas vêm aprendendo que quanto mais simples a comunicação, a identidade visual e até o logotipo, mais livre a via que conduz à aderência emocional do público-alvo. Poucos elementos significam muito conceito, e apostar no mínimo de linhas, cores, e formas já se mostrou uma ótima maneira de cativar o público e conquistar espaço entre a concorrência. 

Marcas estruturadas em uma identidade visual simples e conceitual, com comunicação direta e transparente, construídas de uma maneira integrada e concisa que apresente com clareza e espontaneidade sua posição e seus valores são as que têm mais espaço na mente e no coração dos consumidores, além de serem cada vez mais as grandes queridinhas do mercado.

Seja observando as tendências do design, na construção – ou reconstrução – de marcas, na moda ou no estilo de vida minimalista, é fato que estamos diante de um momento importante no que se refere à nossa perspectiva da vida e de como nos relacionamos com o consumo, que antes de tudo se trata de uma forma de pertencimento e de individualização. Diante disso, nos mantemos atentos e sempre interessados em como as mudanças de comportamento afetam diretamente nossa maneira de construir nossas relações, sejam elas de consumo ou interpessoais.

Vamos acompanhar esta tendência e futuramente poderemos compreender melhor como o minimalismo afetou nossas formas de vida, nossos hábitos e até nosso inconsciente de forma coletiva. Enquanto isso, observar e escutar para aprender sempre mais!

 

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